Caminho do Ouro Calçado
Em meados do século XVIII (1681), Garcia já havia chegado à margem do Rio "Parahiba", estando seus homens acampados. Em 1683 funda a Fazenda que mais tarde daria origem a cidade. Já havia naquela época a necessidade da abertura de uma nova rota, mais curta e mais segura, entre o porto do Rio de Janeiro e o sertão das Minas. Assim, em 1698, o Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Arthur de Sá Menezes (1697-1702), informou à Coroa Portuguesa a indispensabilidade da nova rota, recebendo a autorização por Carta-Régia em 1699. A abertura ficou a cargo do bandeirante Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias, bandeirante paulista que ficou conhecido como "Caçador de Esmeralda".
O caminho tinha como partida a cidade do Rio de Janeiro, com a navegação pela baía de Guanabara adentrando pelo rio Iguaçu e seus afluentes. Desembarcava-se onde hoje se faz o município de Duque de Caxias, a partir daí iniciava-se a pé, cavalo ou mula. O caminho descia a serra pelos atuais distritos de Avelar e Werneck até chegar a Paraíba do Sul, passando por Com. Levy Gasparian e Juiz de Fora, contemporâneas cidades, até atingir a região de Vila Rica, hoje, cidade de Ouro Preto. A conclusão para a passagem de pedestres se fez em 1700 e o término em 1707.
Parte deste glorioso caminho novo, que encurtou de 90 (caminho velho) para 30 dias o trajeto entre Vila Rica e o Rio de Janeiro encontra-se preservado na Serra das Abóboras em Parahyba do Sul, próximo a divisa com Levy Gasparian. Um trecho de cerca de 4km intacto. Uma relíquia colonial preservada, graças a distancia da ação dos seres humanos. Trata-se de uma obra única da engenharia da época.